Parceria para produzir e beneficiar a comunidade

Acordo internacional entre a UPF e uma universidade húngara visa à transferência de tecnologia

Universidade de Passo Fundo

Com o objetivo de trazer novas tecnologias, trocar experiências e ampliar projetos que possam ser inseridos na realidade local e regional, a Universidade de Passo Fundo tem buscado diversas parcerias nacionais e internacionais. Recentemente, por meio da Vice-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, a Instituição firmou um acordo com a Szent István University, da Hungria, visando ao compartilhamento de informações para ampliar as possibilidades de criação de peixes em nível local e de diversificar novos sistemas de produção.

Coordenada pelo professor Dr. Rafael Frandoloso, a comitiva que foi até a Hungria contou com a participação de representantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), além de um produtor de Ijuí. Na oportunidade, o grupo pode conhecer a estrutura da Universidade, os laboratórios e as ações desenvolvidas.

Com vários projetos, pesquisas e tecnologias avançadas para a piscicultura, aquela instituição é referência na área. De acordo com o professor Rafael, a Szent István University é o berço europeu da clínica veterinária. Ele ressalta que por ela passam os melhores clínicos veterinários e essa qualificação é fruto de um currículo exigente, recebendo mais 500 alunos oriundos da Alemanha, Escócia, Suécia e Inglaterra. “É um dos departamentos mais reconhecidos no mundo em reprodução intensiva de peixes. Eles desenvolvem muitas tecnologias e, com o apoio do governo Húngaro, que tem programas fortes de incentivo, trabalham a disseminação de tecnologias húngaras no mundo por meio de programas sociais de transferência de tecnologia”, ressalta.

Projetos futuros para o bem da comunidade

Segundo Frandoloso, essa articulação entre as instituições estava sendo organizada há quase dois anos e teve origem a partir da vinda à UPF de um professor húngaro. Com essa visita, foi possível firmar a parceria, por meio de um convênio marco, com ações práticas que já terão início no mês de outubro de 2015. “Na Hungria, tivemos atividades de reconhecimento da Universidade, as quais possibilitaram que conhecêssemos um pouco sobre o que os húngaros estão desenvolvendo em termos de pesquisa e nos permitiram vislumbrar algumas colaborações específicas que podem ocorrer entre o seu departamento de aquicultura e a UPF. Com base nisso e com a carência que temos em tecnologias avançadas para produzir alta densidade de peixes, necessitamos buscar essas tecnologias que eles têm prontas”, explica.

Na opinião do professor, hoje, a proteína animal de alta qualidade e com densidade de produção que Passo Fundo e região poderiam desenvolver é o pescado, justamente pela rapidez com que os peixes se desenvolvem, pela rentabilidade e pelos recursos naturais existentes. “Essa possibilidade, que queremos tornar uma alternativa, justifica nossa intensão de formalizar parcerias, trazer e validar tecnologias aqui na UPF e de transferir essas tecnologias para os produtores da região”, pontua.

Centro de referência na UPF

Com essa parceria, professores da Hungria passarão a ministrar aulas, cursos e palestras na UPF. De acordo com Rafael, abre-se a possibilidade de se aumentar, dentro do curso de Medicina Veterinária, o fomento à área da piscicultura, aproveitando o conhecimento e a estrutura existente na Hungria. “Hoje, o aluno sai do curso muito fechado: ou vai para clínica de pequenos animais, ou para a de grandes animais, ou para a indústria. Não existe ainda muita visão para a área de piscicultura. Esse convênio marco permitirá que  professores da Szent István University se unam ao corpo docente da UPF, fortalecendo a ideia”, ressalta.

A ida de docentes da UPF para participarem de formação na universidade húngara também está programada. A intenção, segundo Rafael, é de que, em longo prazo, a UPF se torne um centro de referência na formação de piscicultores capacitados a produzirem peixes em grande escala. “A partir dessa parceria, a ideia é conquistar recursos, participar de editais públicos e privados, para desenvolver as tecnologias, realizando as pesquisas aqui dentro”, frisa.

Na visita, também foram debatidas ações nas áreas de Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica e Mecatrônica, e foi sinalizada a aproximação daquela instituição com o UPF Parque, para transferência de tecnologia e instalação de empresas.

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