UPF 50 anos: uma universidade, várias histórias

Para marcar as cinco décadas de história, a Assessoria de Imprensa preparou um conteúdo especial. Veja, leia, ouça e assista algumas das histórias que fizeram e fazem parte dessa grande Universidade, construída por pessoas que não param de sonhar

UPF: há 50 anos impulsionando o desenvolvimento regional

Instituição completa, no dia 06 junho, cinco décadas de história

Há 50 anos, a Universidade de Passo Fundo (UPF) cumpre relevante função social e, além de oferecer cursos de formação em nível superior, habilitando milhares de pessoas ao exercício de distintas profissões, proporciona efetivo crescimento local e regional. O ideal de implantação de uma universidade para atender à demanda de formação profissional na década de 1960 foi acompanhado pelo compromisso do desenvolvimento de uma área que compreende, hoje, mais de 150 municípios. As 12 unidades acadêmicas em Passo Fundo e os campi instalados em Carazinho, Casca, Lagoa Vermelha, Palmeira das Missões, Sarandi e Soledade fazem da UPF uma Universidade regional, pois possibilitam o acesso ao ensino superior em importantes microrregiões gaúchas.

Neste dia 06 de junho, data em que a UPF celebra 50 anos de criação, os efeitos das atividades desempenhadas pela Universidade são notórios e transcendem o impacto positivo que o expressivo número de mais de 76 mil egressos revela, principalmente quando se observam os avanços sociais e econômicos proporcionados por meio da atuação dos milhares de profissionais na área da educação, do direito, da agricultura, da saúde, da economia, dentre outros tantos ofícios importantes.  

Ser uma instituição de ensino sólida e envolvida com a população regional, que fomenta a geração e a difusão do conhecimento e, principalmente, que busca sempre a excelência acadêmica. Esse desafio é que move a UPF desde a sua instalação, há 50 anos. Os investimentos garantem a articulação entre ensino, pesquisa e extensão nos 60 cursos de graduação e nos 15 mestrados, seis doutorados e nove estágios pós-doutorais da Instituição. Nesses cursos, mais de 18 mil acadêmicos constroem sua formação, tanto como licenciados, bacharéis ou técnicos de nível superior, além dos mestres e doutores.

Para o reitor, José Carlos Carles de Souza, a Universidade de Passo Fundo desperta em todos o sentimento coletivo de orgulho e de gratidão. “Orgulho dos milhares de alunos que frequentaram os seus cursos. Orgulho dos funcionários e professores que, cada um a seu tempo e de seu modo, atuam na sua permanente construção, tornando-a melhor a cada período. Orgulho da sua comunidade, que, incessantemente, com ela interage, contribuindo com o seu crescimento e desfrutando dos benefícios decorrentes desse processo. Eternizamos, portanto, o nosso sentimento de gratidão aos idealizadores da UPF pela projeção de uma obra que se tornou catalizadora de sonhos, de valores verdadeiros e de esperança, insumos necessários à construção de uma sociedade empreendedora e fraterna, que transcende o tempo, motiva as pessoas e inspira as novas gerações. Além disso, reconhecemos a participação de seus professores, funcionários, alunos e egressos na continuidade desse percurso, e na construção de sua imponente história. Assim, ao tempo em que, cheios de júbilo, celebramos o 50º aniversário da UPF, registramos nosso reconhecimento a cada personagem dos capítulos desta história cinquentenária, que, do sonho à realidade, transformou a vida de tantas gerações”, destaca o reitor.

Cinco décadas de transformação: fotos retratam as mudanças da UPF

Em comemoração ao aniversário da UPF, a Assessoria de Imprensa reuniu fotos antigas e atuais. Com o “antes e depois”, é possível observar as grandes transformações que fazem parte da Universidade

A força do tripé: ensino, pesquisa e extensão

A Universidade busca ao longo dos anos produzir conhecimentos de maneira dialogada e indissociável nos âmbitos do ensino, da pesquisa e da extensão

Foi antes mesmo de se tornar uma universidade que a UPF viu nascer seu primeiro curso de graduação. Criada em 1955 pela Sociedade Pró-Universidade de Passo Fundo, a Faculdade de Direito foi a primeira alternativa para que os jovens de Passo Fundo e região pudessem dar continuidade aos seus estudos. Na época, o município passava por um intenso processo de migração das comunidades rurais para a cidade, movimento que era acompanhado pelo aumento dos cursos ginasiais, que se preocupavam com a formação de professores para atender à expansão do ensino. Com essa demanda, aos poucos, novas faculdades foram sendo abertas: primeiro, a de Odontologia, depois, Agronomia, Ciências Políticas e Economia e o Instituto de Belas Artes.

Até a década de 1970, os cursos contavam com um corpo docente formado apenas por professores graduados. Foi a partir da criação da Faculdade de Odontologia que a preocupação com a qualificação dos professores começou a ser pensada de maneira mais incisiva. “Eu cheguei a Passo Fundo e o padre Alcides – reitor na época – pediu que a gente pudesse ofertar um curso de especialização de ensino superior. Foi um projeto para que as outras instituições do distrito geoeducacional – que compreendia todas as instituições desde Erechim, Santo Ângelo, Frederico Westphalen, essa região do noroeste do estado – também pudessem se qualificar. Ali então começaram a acontecer cursos na área de especialização em diversas áreas, principalmente o curso de qualificação docente”, lembra o professor aposentado e vice-reitor Acadêmico na época, Agostinho Both.

A partir daí, a UPF buscou cada vez mais qualificar seu corpo docente. Em 1983, Both era o único mestre em toda a Instituição. Mais uma vez preocupados com a qualidade do ensino, ele e o padre Alcides criaram um projeto em que todas as unidades – na época eram 12 – deveriam pensar em como qualificar seu corpo docente. No ano seguinte, cerca de 30 professores iniciaram seus cursos de mestrado. Isso foi, ao mesmo tempo, segundo Both, um avanço e um enorme problema para a Instituição, já que esses 30 professores tiveram que ser substituídos por outros 30. “Hoje, 30 professores não significa tanto, mas naquela época eram muitos professores, foi muito pesado para a Instituição. O Conselho Diretor disse que a universidade não tinha como bancar isso e eu disse ao padre Alcides que nós não podíamos oferecer um corpo docente com apenas especialização, o que não significava nada para o Ministério da Educação, e ele resolveu que nós íamos aguentar esse gasto e manter os professores no mestrado. Fomos dando um jeito, economizando onde era possível, e conseguimos efetivamente atender a essa solicitação. E aí realmente o ensino superior em Passo Fundo foi muito qualificado”, conta o professor.

Com a qualificação do ensino, a UPF começou o processo de ampliar a oferta de cursos. Both conta que as demandas de novos cursos vinham quase sempre da comunidade. “No vestibular de 1977, por exemplo, nós fazíamos o seguinte: na prova, colocávamos um formulário com a pergunta ‘se a Universidade oferecesse outros cursos, qual você gostaria de cursar?’. Naquele ano, a gente colocou o curso de Psicologia como opção e tivemos mais de 300 solicitações. Foi assim que, em 1978, criamos o curso de Psicologia”, destaca o professor, lembrando que era ouvindo o que a comunidade precisava e o que os alunos queriam que a Universidade ia chegando aos resultados.

Para o professor, apesar das dificuldades, valeu a pena insistir na busca por essa qualificação. “Todas as outras instituições estavam se qualificando e nós também precisamos. Isso saiu caro para a instituição, mas eu acho que valeu a pena. Hoje quando um pai vem para cá e vê a nossa Universidade, ele pensa que vale a pena o investimento. O campus é bonito, a UPF tem fama, tem tradição, é bem vista e a gente sabe que ninguém larga um filho em qualquer lugar”, ressalta. Ainda na opinião de Both, foi essa qualidade no ensino que ajudou a UPF a chegar aos seus 50 anos. “Nós temos uma universidade qualificada, referência em ensino, pesquisa e extensão. Nós não podíamos dizer isso, obviamente, até 1985, pois não tínhamos competência nenhuma para imaginar isso. Hoje, pelo esforço que nós fizemos e pelo que está sendo feito, eu vejo a UPF como referência nacional em termos de universidade comunitária. A instituição tem por que se orgulhar, na minha opinião”, completa.

Qualidade em benefício da educação superior

Atual vice-reitora de Graduação, a professora Rosani Sgari acredita que a UPF, ao longo dos seus 50 anos, vislumbrou com propriedade e com necessária antecedência a importância do desenvolvimento do tripé ensino-pesquisa-extensão em benefício da educação superior e da sociedade que sempre a acolheu. Na opinião dela, o grande desafio de toda instituição de ensino superior é a concepção, a condução e o exercício da indissociabilidade. Os itens desse tripé, embora autônomos funcionalmente, são extremamente dependentes e inter-relacionados. “Os pilares se mantêm em pé quando são todos proporcionais em seu grau de importância para a instituição e para a sociedade. A UPF, em sua trajetória, coroa esforços por parte de todos na manutenção dos pilares, em vista de sua qualificação e inovação e de seu crescimento equitativo”, ressalta.

Para a professora, a produção do conhecimento se dá, assim, de forma simples e em favor da transformação da vida das pessoas. “Hoje, trabalhador ou não, na condição de bolsista ou de voluntário, nosso aluno encontrará, na graduação, a possibilidade única de integralizar a sua formação, dentro e fora das configurações curriculares.  O mercado tem passado a valorizar esse tipo de experiência que requer a resolução de problemas e o estímulo ao pensamento crítico que, por sua vez, envolve o ensino, a pesquisa, a extensão e a inovação”, conclui Rosani.

Construção coletiva, crescimento institucional e consolidação

No ano em que completa cinco décadas, a UPF celebra o avanço da pesquisa como ferramenta para o desenvolvimento institucional

A pesquisa, juntamente com o ensino e a extensão, é uma das ferramentas propulsoras do conhecimento gerado dentro de uma instituição de ensino. Ao longo dos 50 anos de atividades, a Universidade de Passo Fundo (UPF) buscou, com alunos e professores, impulsionar coletivamente a área, buscando recursos financeiros e humanos, proporcionando o crescimento da ciência e da produção de conhecimento, e a consolidação de projetos, produtos e conceitos.

Hoje, a Universidade conta com 15 cursos de mestrado institucional, seis cursos de doutorado institucional e nove estágios pós-doutorais, contemplando as ciências exatas, humanas e sociais. Ao longo dos anos, vários projetos, diversas descobertas, novos conceitos e formas de compreensão da realidade, ideias para o enfrentamento de problemas e caminhos para soluções foram apresentadas, colocando a Universidade entre as grandes instituições de pesquisa do estado, do país e do mundo.

Para o atual vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Leonardo José Gil Barcellos, uma universidade é o reflexo da sua pós-graduação. Com esse enfoque, ele ressalta que o investimento em programas de pós-graduação, bem como o incentivo à formação contínua dos professores em mestrados, doutorados e pós-doutorados, são posicionamentos fundamentais para o crescimento de uma universidade. “A UPF teve, desde os seus primeiros anos, uma preocupação em estar inserida na comunidade. Esse olhar guiou as ações em todas as áreas e na pesquisa não foi diferente. Seja nas primeiras descobertas voltadas para o setor agrícola, seja no trabalho desenvolvido hoje, a Instituição trabalhou para que novos processos, novos produtos e novas ideias pudessem beneficiar a comunidade”, destacou, ressaltando que o grande desafio da atualidade é a internacionalização da Universidade, realizada por meio de parcerias com instituições renomadas em vários países, como Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Espanha e Portugal.

Barcellos também destaca o trabalho conjunto da Universidade com empresas que atuam nas áreas atendidas pelos programas. Segundo ele, essa aproximação promove a troca de conhecimentos e saberes e impulsiona novas ideias. “A aproximação da Universidade com grandes empresas em cada setor é uma importante tendência na atualidade, gerando bons resultados tanto para a academia quanto para a empresa, e, por consequência, para a sociedade”, destacou.

Primeiros passos da pesquisa

Desde o início, mesmo antes da efetivação da Universidade, a ideia de se trabalhar a pesquisa já era pensada por alunos e professores que atuavam nos cursos já existentes. De acordo com a professora Dra. Solange Longhi, ex-vice-reitora de Pesquisa da Instituição, o levantamento de dados e a leitura da realidade educacional e social da região foram os pilares iniciais dos processos estatísticos que colocaram no papel as primeiras pesquisas institucionais.

Ela lembra que no mesmo ano em que a UPF foi reconhecida como Universidade, havia atividades de pesquisa no chamado “Levantamento socioeconômico do meio rural”, que buscava compreender e mapear a realidade educacional da região. Essa linha de pesquisa era feita pelo grupo do Consórcio Universitário Católico, que, mais tarde, deu origem ao primeiro instituto de pesquisa da Universidade.

Solange recorda que, ao mesmo tempo, liderada pelo professor Salin Buaes, ligado à área do Direito, outro grupo fez um levantamento da viabilidade da ferrovia L35. Na época, as obras haviam sido suspensas e, então, inconformados, eles decidiram iniciar um estudo que foi enviado ao Ministério dos Transportes, colaborando com a resolução do empasse. Quando a Universidade foi reconhecida, criou-se o Ipeplan, Instituto de Pesquisa e Planejamento, vinculado à Reitoria e que contemplou os dois estudos.

O Instituto não se manteve, mas contou com o trabalho de muitos professores importantes. De acordo com Solange, essas ações demonstram que, já naquele tempo, era um desejo da Universidade o desenvolvimento de pesquisas. “Talvez não soubéssemos muito como fazer, mais tínhamos a vontade de buscar novos dados, pesquisar a realidade e, a partir dessas necessidades do entorno, propor melhorias, mudanças e soluções”, pontua.

Em 1979, ela ingressou como docente na Universidade. Naquele momento, lembra ela,  havia o reconhecimento da pesquisa apenas na área da agronomia. “Havia uma ideia de que a pesquisa de verdade era apenas a experimental, aquela desenvolvida dentro do laboratório. Nosso desafio era mostrar que a pesquisa social e comportamental também era pesquisa de verdade e isso nos motivou a trabalhar a temática nos cursos”, recorda.

Foi em 1998, logo depois de regressar do doutorado, que Solange foi eleita para a Vice-Reitoria de Pesquisa. Ela ressalta que a principal preocupação era com a necessidade de saber fazer pesquisa. “Criamos uma série de estratégias para que isso ocorresse. Criamos a hora da pesquisa, para que professores e alunos pudessem mostrar suas pesquisas, além de grupos de pesquisa para envolver a comunidade acadêmica. Realizamos, nesse período, as primeiras mostras de iniciação científica, criando uma bolsa voluntária para que os alunos fossem apresentar os trabalhos em outras instituições, além da implementação das bolsas do CNPq, com o surgimento dos programas de pós-graduação”, frisa, destacando que o caminho foi bem iniciado, foi continuado e consolidado da melhor maneira possível, contando sempre com professores, funcionários e alunos dedicados.

Outro aspecto fundamental para a qualificação científica da Instituição foi o investimento na formação dos professores. Segundo Solange, essa sempre foi uma bandeira das gestões e, ao longo dos anos, foi sendo ampliada. Para ela, toda essa trajetória permite um olhar sobre novas possibilidades. “Acredito que a pesquisa precisa pensar, cada vez mais, o local e o global. Temos muitos problemas, principalmente na área ambiental e da sustentabilidade, que precisam do aporte da pesquisa para serem sanados. O nosso desafio é conseguir enxergar essas questões, olhando para a nossa realidade e para a realidade do mundo, propondo soluções e buscando novas formas de fazer”, sugere.

Consolidação e crescimento

Em 1979, o projeto de pesquisa “Introdução, seleção e competição de linhagens de aveia” foi encaminhado à Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs). Aprovado, o projeto foi o primeiro auxílio financeiro recebido pela Universidade com o objetivo de financiar projetos de pesquisa. Quem esteve presente nesse início foi o professor Dr. Elmar Luiz Floss. Hoje aposentado, ele integrou o quadro docente do curso de Agronomia de 1977 até 2009.

Ele recorda que, na época, havia projetos isolados de pesquisa, mas com o projeto de pesquisa em aveia, novas possibilidades se abriram, desenvolvendo outros novos projetos. Em 1982, Floss recebeu, pela primeira vez, uma bolsa de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e, no mesmo ano, o projeto foi contemplado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). “Essa conquista foi muito significativa para a Instituição, uma vez que registrou, pela primeira vez, um investimento da Finep em uma instituição de ensino superior não pública. Para isso, foram necessárias várias viagens para apresentar a Universidade. A partir disso, conseguimos recursos que foram utilizados para melhoramento da estrutura, compra de equipamentos e custeio de cursos”, destaca.

A consolidação desse projeto gerou muitos frutos, incluindo a criação, em 1984, do Centro de Pesquisa em Alimentação (Cepa), hoje considerado um dos mais importantes centros de pesquisa do estado. “Tudo isso encorajou a Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária a elaborar o projeto do primeiro curso stricto sensu da UPF. Montado em parceria com a Embrapa, num processo complexo por não haver nenhum exemplo de uma instituição pública atuando conjuntamente com uma instituição de caráter privado”, explica, ressaltando que a partir daí novas bolsas de pesquisa foram concedidas, possibilitando a ampliação dos resultados.

O importante, para o professor, foi a força de vontade e a dedicação de professores e alunos que, mesmo diante de muitas dificuldades, não abandonaram os projetos e trabalharam com afinco para que eles pudessem evoluir. “A pesquisa é fundamental para uma universidade, já que o professor não pode apenas ser um repassador de conhecimento, devendo estar envolvido na produção dele, multiplicando os saberes. Além disso, a pesquisa é ferramenta primordial para o desenvolvimento regional. Nosso desafio é o desenvolvimento de novas tecnologias na área da agronomia, para que não fiquemos na dependência internacional. Temos que formar recursos humanos qualificados, nas mais diferentes áreas, para atuarem em bons projetos e na continuidade do que foi feito”, observa.

Um futuro com muitas mãos

Em 2009, a professora Dra. Nádia Lângaro ingressou como docente na UPF e assumiu o programa de pesquisa em aveia. Segundo ela, um dos grandes avanços em sua área de atuação foi a legalização da obtenção de cultivares. “Décadas atrás, não havia uma preocupação em preservar as melhorias das cultivares. A partir da lei de proteção de cultivares de 2009, tivemos um avanço. Hoje, protegemos todos os materiais obtidos. Nesse momento, de 26 cultivares, temos três protegidas. Isso é um retorno de todo investimento feito nessas pesquisas”, ressalta, pontuando que as conquistas obtidas pelo primeiro programa beneficiaram e beneficiam não apenas o programa, mas vários outros projetos em diversas áreas, tanto na graduação quanto nos mestrados e doutorados.

Para ela, o futuro está no trabalho conjunto realizado entre instituições pelo mundo, mostrando o potencial da Universidade e aprendendo com aqueles que podem nos passar novas tecnologias. “Temos que intensificar a questão da internacionalização da pesquisa como um todo. Ampliando as pontes, as parcerias e as redes. Temos a possibilidade de nos relacionarmos com países desenvolvidos e oferecer a troca de conhecimentos. Em tempos de dificuldades financeiras no mundo, como um todo, precisamos, com base na pesquisa, obter recursos para melhorar nossos resultados”, conclui.

Vocação comunitária: o papel da extensão

Munira Awad trabalha há quase três décadas na área de extensão da UPF. Neste especial, ela relembra um pouco da trajetória de um dos pilares da Universidade

Com cerca de 30 anos dedicados à área de extensão da Universidade de Passo Fundo (UPF), Munira Awad reúne muitas histórias, conhecimento e dedicação a uma das áreas que integra a base da Universidade, juntamente com o ensino e a pesquisa. A extensão universitária é a ação da UPF junto à comunidade, possibilitando o compartilhamento, com o público externo, do conhecimento adquirido por meio do ensino e da pesquisa desenvolvidos na Instituição.

Munira, antes de ingressar na UPF, atuava como professora da rede municipal e estadual do município de Palmeira das Missões, sua cidade natal. No final da década de 1980, ingressou na UPF, Campus Palmeira das Missões. No início dos anos de 1990, foi convidada a atuar no Campus I, em Passo Fundo. Foi coordenadora da Divisão de Extensão por mais de 20 anos e, posteriormente, assumiu a coordenação da Divisão de Assuntos Comunitários, cargo que ocupa atualmente.

A vontade de trabalhar com a extensão e com assuntos comunitários surgiu a partir de um projeto que ela tinha em Palmeira das Missões. “Nós tínhamos um projeto que era o movimento comunitário nos bairros. Fiz um projeto em uma das vilas, que na época era chamada Vila Velha, e comecei a entender quais eram realmente as necessidades das pessoas. E o que me chamava a atenção, na época, é que as pessoas diziam que não tinham condições de chegar a uma universidade. Sempre dizia que a extensão tinha muito a fazer. Anos depois, vim morar em Passo Fundo e trabalhar na extensão. Para mim, era um sonho trabalhar em uma universidade, ainda mais na área de extensão”, revela Munira.

Há 20 anos, a extensão não era tão valorizada quanto o ensino e a pesquisa. “A extensão era chamada de ‘prima pobre’ do tripé ensino-pesquisa-extensão. Mas a extensão tem o mesmo valor. A comunidade traz para a Universidade as suas necessidades e é um dever da Universidade interpretar essas informações e dar um retorno para a comunidade, em cursos de extensão, em projetos de pesquisa. Sempre entendi que a pesquisa e a extensão precisam andar juntas. Aquilo que é produzido no mundo científico tem que reverberar lá fora para transformar a sociedade, para melhorar a qualidade de vida das pessoas e humanizar. É um papel importantíssimo”, destaca a coordenadora da Divisão de Assuntos Comunitários.

O envolvimento de Munira com a comunidade regional também começou nessa época, a partir de um programa interinstitucional, no qual ela fazia a relação de convênios fora da Instituição. Nesse sentido, vale ressaltar uma das importantes ações comunitárias da UPF, que é a participação da Universidade, há 27 anos, junto aos Conselhos de Desenvolvimento Regional, os Coredes. Munira é a atual presidente do Corede Produção e também do Fórum Estadual dos Coredes.

A coordenadora salienta que a extensão, há 20 anos, tinha vários projetos de extensão desenvolvidos pelas Unidades Acadêmicas, mas a área também era uma espécie de marketing da Universidade, por meio de ações realizadas nas escolas, nos campi, levando os professores para falarem dos cursos, ressaltando ainda que a UPF foi uma das precursoras no Rio Grande do Sul na realização das feiras das profissões.

Naquela época, um dos setores da Divisão de Extensão era o de certificação, que cuidava dos certificados dos cursos, seminários, das Jornadas Literárias, entre outros eventos. “Não havia computadores, apenas máquina de escrever. Lembro de muitas vezes a equipe passar madrugadas inserindo, manualmente, os nomes dos participantes de eventos para, no dia seguinte, entregar a tempo os certificados para a coordenação dos eventos”, lembra Munira.

E foram muitas ações e eventos: recepção dos calouros e dos pais; Domingo no Campus; Festival de Música MPB; participação em feiras; Jornadas Literárias; Programa Juventude Solidária RS; oficinas; palestras; apresentações dos grupos artísticos, entre outras atividades.

Munira salienta que a extensão avançou muito nos últimos anos, em especial nos últimos oito anos. Entre as iniciativas que contribuíram para o amadurecimento do trabalho na gestão, para a qualificação acadêmica e para a maior consistência na relação com a comunidade, ela cita, por exemplo, a aprovação das políticas de extensão, a implantação do Quadro de Professor Extensionista (QPEx), a curricularização da extensão e também o Programa de Apoio Institucional a Discentes de Extensão e de Assuntos Comunitários (Paidex) e o Programa de Auxílio Permanência ao aluno Programa Universidade para Todos (Prouni).

A extensão e os assuntos comunitários, segundo Munira, são fundamentais para a sustentabilidade do tripé da Universidade. “A extensão pertence a um tripé: com ela, a mesa fica sustentada, mas, sem ela, a mesa cai”, afirma.

Extensão: estreitando cada vez mais os laços com a comunidade

A Vice-Reitoria de Extensão (VREAC) da UPF dedicou-se, nestes últimos anos, a implementar um modelo de gestão que ampliasse a participação e a valorização de todos os envolvidos, de forma que todos pudessem contribuir com o projeto a ser desenvolvido e crescer coletivamente.

A vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, Bernadete Maria Dalmolin, salienta que a própria dimensão comunitária e regional da UPF inspirava o caminho de sinergia e participação que deveria ser seguido com a comunidade locorregional e entre essa e a comunidade acadêmica: o horizonte da formação qualificada (técnico-científica e humanística) e da produção do conhecimento deveria, cada vez mais, enlaçar-se às demandas locais, com vistas ao desenvolvimento social, econômico e ambiental. “Nos últimos oito anos, uma das marcas da VREAC foi o constante exercício de prática reflexiva, colaborativa e coletiva, mobilizadora dos sujeitos, (re)vitalizando princípios democráticos, participativos e dialógicos e autônomos e possibilitando que se desse uma identidade à Extensão, até então incipiente e frágil”, observa Bernadete.

A busca de aproximação e diálogo entre os diferentes atores era condição para a superação de processos fragmentados, de um distanciamento entre academia e comunidade e de uma extensão marginal, assistencialista e paralela aos processos acadêmicos (currículos) que habitavam muitas das ações desenvolvidas. “A extensão é um produto da necessidade social, inerente ao fazer da universidade, e apresenta-se como uma estratégia mobilizadora dos diferentes sujeitos envolvidos, com grande potencial para a superação qualificada das problemáticas realidades e de uma aprendizagem significativa para os alunos, funcionários e professores”, destaca Bernadete.

Esse movimento teve como propósito colocar em análise distintas dimensões da Extensão universitária e o modo como ela poderia contribuir para a qualificação da formação e da produção de conhecimentos. Esse trabalho ganhou mais consistência na medida em que, além dos movimentos mais específicos, também dialogava com outros processos vividos concomitantemente na Universidade, tais como a construção de um novo Projeto Pedagógico Institucional (PPI), de um novo Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e da nova Política de Extensão e Assuntos Comunitários. “Tivemos acertos e equívocos e sabemos que muito ainda há por ser feito. A extensão, à luz de sua gênese e do que a sociedade espera dela, ocupa um lugar estratégico nas instituições de ensino superior, em especial nas comunitárias, pois possibilita a experiência mobilizadora da aprendizagem, de tal forma partícipe e constituidora da subjetividade dos seus cognoscentes e da transformação do meio (mundo). Assim, quanto melhor for a extensão, melhor será a formação técnica, científica e humanística”, ressalta Bernadete.

Expansão educacional contribuindo com o desenvolvimento regional

Com seis campi espalhados pelo norte do estado, a UPF vem ajudando a desenvolver intelectual, social e economicamente toda uma região

Mensurar o impacto que a Universidade de Passo Fundo (UPF) promoveu ao longo das últimas cinco décadas na região Norte do Rio Grande do Sul não é fácil, pois a educação, por si só, já é transformadora. Ao difundir o conhecimento, promovendo a melhoria da qualidade de vida das pessoas para que possam atuar como agentes de transformação, a UPF transforma vidas, contribuindo para o desenvolvimento intelectual, social e econômico da região. Desse modo, considerando todas as ações que impactam direta e indiretamente na população, é possível perceber que a Instituição vem cumprindo sua missão.

Ao comemorar 50 anos, a Instituição revive momentos importantes de sua história, com destaque para a expansão e a criação de campi em diversas cidades da região. Conforme o ex-vice-reitor Agostinho Both, a qualificação regional começou a acontecer de forma incisiva com a criação dos CEUs, os Centros de Extensão Universitária. “Sair de outras cidades todas as noites para vir estudar em Passo Fundo era ruim, as estradas não são boas hoje, naquela época eram ainda piores. Então a gente resolveu descentralizar esses cursos, pensamos em Pedagogia, Administração, Direito, que eram os mais solicitados na região. Com o tempo, esses Centros se transformaram em campi. O corpo docente da UPF foi bem absorvido. Os CEUs também começaram a se qualificar, então, a Universidade oportunizou a qualificação docente também em todos os Centros”, contou.

O Campus Palmeira das Missões foi criado em 1969, sendo pioneiro no movimento de descentralização da UPF. “Nosso maior presente em todos esses últimos anos é trabalhar numa Instituição de Ensino Superior Comunitária, que nasceu comprometida com os anseios e as necessidades da região, que ocupa uma posição tão importante no desenvolvimento de programas e projetos junto às comunidades de sua área de abrangência”, disse o diretor do Campus Palmeira das Missões e do Campus Sarandi, Gilberto Colli.

Em 1984, um novo espaço para a difusão do conhecimento e para a integração regional foi inaugurado pela Universidade, o Campus Soledade, que oferece atualmente cinco cursos de graduação. “Em seus 50 anos de existência, a UPF se constituiu como um importante modelo de instituição de ensino. Sua marca, quando espalhada por meio da estrutura multicampi, trouxe contribuições imensuráveis nos lugares onde se insere e oportunizou acesso ao ensino superior a pessoas que não conseguiriam galgar um curso universitário em função do acesso. Além disso, promove a interação com grupos sociais através dos projetos de pesquisa e extensão”, afirmou o diretor do Campus Soledade, Idioney Oliveira Vieira.  

O ano de 1990 foi marcado pela expansão da UPF, inaugurando os campi de Lagoa Vermelha e de Carazinho. “Formamos pessoas capazes de desenvolver a cidade e os municípios próximos com conhecimento e empreendedorismo. Durante esses 28 anos em Lagoa Vermelha, fizemos bom proveito de toda a história da UPF, de todo o seu ativo, concebido nas bases sólidas do ensino, da pesquisa, da extensão e da inovação. Por isso, além do sentimento de orgulho, manifestamos também o agradecimento à UPF, por acreditar nas pessoas da nossa região”, afirmou o diretor do Campus Lagoa Vermelha, Adriano Lourensi.

A UPF Carazinho conta com uma ampla e moderna estrutura física própria, com mais de 7 mil metros quadrados de área construída sobre terreno com 12,3 hectares. Acolhe mais de mil acadêmicos. “Vivi e convivi com a UPF de muitas formas. Em todas, sempre resultou o respeito pela grandeza da Instituição, grandeza não de só de números e estrutura física, mas principalmente na forma de agir como instituição da e para a comunidade regional. A melhor recordação vem da atuação como professor, não só pelo maior tempo dedicado a essa atividade, mas pela oportunidade dessa mistura de ensino e aprendizagem que nos engrandece e que criou muitos laços de amizade que sobrevivem ao tempo”, destacou o diretor do Campus Carazinho, Hélio Büllau.

O Campus Casca foi criado em 1992, já tendo formado mais de três mil profissionais, abrangendo 20 municípios da Serra Gaúcha e da região da Produção. “Nesses anos, a UPF contribuiu significativamente com o desenvolvimento econômico, social e cultural dos 25 municípios do entorno de Casca. Conhecimento é a nossa natureza, e proporcionar que esse conhecimento esteja acessível às comunidades é uma grande virtude. Hoje, 50 anos depois, ainda presenciamos formaturas em que os pais, com lágrimas nos olhos e mãos calejadas, dizem ‘é o primeiro formado de nossa família’. A comunidade regional agradece a presença e a relevância da UPF nessa região”, disse o diretor do campus Casca, Henrique Bertosso.

O Campus Sarandi da UPF é o mais novo instalado pela Instituição, tendo iniciado suas atividades em 2003. A presença da UPF no município e na região permitiu a ocupação de um importante espaço geoeducacional e uma constante participação no desenvolvimento regional.

Confira depoimentos de prefeitos e representantes de entidades da região sobre o papel da UPF no desenvolvimento de seus municípios:

"A Universidade de Passo Fundo tem uma importância singular para o município de Carazinho/RS e toda região, pois a excelência do ensino oferecido torna a Instituição referência em educação no Rio Grande do Sul. Essa referência da UPF se traduz em apoio altamente relevante para o fomento do desenvolvimento econômico e social de nossa terra. Com sua competência e a gestão altamente qualificada de sua direção, a UPF chega aos 50 anos de forma absolutamente imprescindível para a nossa comunidade”.

Jocélio Cunha - Presidente da ACIC de Carazinho

“A UPF, tanto  com o Campus de Lagoa Vermelha quanto com o de Passo Fundo, é de suma importância para nossa cidade, pois a Universidade de Passo Fundo há 50 anos vem formando excelentes profissionais. E isso reflete positivamente em todos os setores, seja no comércio, na indústria, no empreendedorismo ou na pecuária. Parabéns à UPF pelo excelente trabalho que vem realizando, e por, junto com isso, criar uma história de sucesso”.

Rafael Nepomuceno - Presidente CDL Lagoa Vermelha

“A CDL de Palmeira das Missões não poderia deixar passar esta data tão importante. Parabéns UPF pelos seus 50 anos de história. O Campus de Palmeira das Missões muito contribuiu para o desenvolvimento de nossa cidade, com a formação de muitos profissionais em diversas áreas; empresários, advogados, mas, em especial, os profissionais da educação. Gostaríamos que essa parceria perdurasse por muitos e muitos anos. Obrigado UPF!!”.

César Scarton - Presidente da CDL de Palmeira das Missões

“Contar com a Universidade de Passo Fundo em Sarandi é saber que o município está no caminho certo para um futuro de grandes conquistas. Formar cidadãos, profissionais e lideranças em toda a região é um privilégio que a UPF nos proporciona diariamente. Tendo certeza da força de nossa parceria, comemorar os 50 anos da universidade da nossa comunidade é certamente uma grande honra para a Acisar”.

Marcio Tonetti - Presidente da Acisar Sarandi

Conhecimento sem fronteiras

Parcerias internacionais proporcionam a ampliação do conhecimento para alunos e professores e levam o nome da UPF para além das fronteiras geográficas

Um dos processos em constante desenvolvimento dentro da UPF é a internacionalização. Como mostrar para outros países e instituições a qualidade e a tradição já tão reconhecidas por aqui? Foi por meio de parcerias com instituições no mundo todo que a UPF iniciou esse processo. Aos poucos, e especialmente potencializado pela facilidade de comunicação, pesquisas começaram a ser desenvolvidas aqui e em outro continente ao mesmo tempo. Professores de todas as partes do mundo passaram a visitar a Instituição, trazendo seu conhecimento e descobrindo o que a UPF tem a oferecer. Hoje, a Universidade tem convênio com 63 instituições de ensino superior, em 18 países.

Professor e pesquisador na Universidade Roma Tre, na Itália, Mario Pireddu é um exemplo dessas parcerias. Seu primeiro contato com a UPF foi por meio do professor Adriano Canabarro Teixeira, quando este estudou em Roma. Juntos, os professores deram início a uma série de estudos e projetos de pesquisa, especialmente nas áreas de educação e tecnologia. A partir dessa relação, em 2013, Pireddu veio pela primeira vez à UPF para participar como palestrante do 2º Seminário Nacional de Inclusão Digital (Senid). Em contrapartida, o Grupo de Estudo e Pesquisa em Inclusão Digital (Gepid) da UPF, coordenado pelo professor Adriano, participou de eventos na Itália.

Na opinião de Pireddu, a UPF é uma universidade dinâmica e aberta a pesquisas e transformações que envolvem todo o setor da educação no mundo. Para o professor, embora não seja uma universidade muito grande – e talvez seja graças a isso –, a instituição se mantém aberta ao mundo e aos projetos internacionais. “No campo em que estou ocupado profissionalmente, tenho visto linhas de ação e intervenção alinhadas com o que está acontecendo nas universidades europeias e outras. Da UPF, vêm algumas revistas científicas muito interessantes e ricas em contribuições valiosas”, destaca.

Pireddu acredita que, para os próximos anos, ainda é preciso trabalhar mais na criação de redes de pesquisadores e na pesquisa incessante sobre questões de fronteiras. “É preciso trabalhar com seriedade e incentivar o recrutamento de jovens pesquisadores treinados e motivados, tentando ganhar concursos internacionais, mas também financiando autonomamente pesquisas que possam facilitar o intercâmbio e a criação de relações com universidades, instituições de pesquisa e acadêmicos de diferentes áreas do mundo”, completa.

Qualidade e dedicação

Professor e pesquisador da Faculdade de Ciencias Medicas na Universidad Nacional de La Plata, na Argentina, Guillermo Schinella também é parceiro da UPF. Sua parceria, no entanto, é mais recente e iniciou a partir do convite da professora Telma Elita Bertolin para participar do projeto “Percepção do uso da erva-mate no desenvolvimento de processos e produtos alimentares”, do qual integra a equipe como pesquisador externo. Recentemente, Schinella esteve na UPF para participar do X Simpósio de Alimentos realizado na Instituição. Para o professor, mesmo não tendo muita experiência com universidades brasileiras, apenas com outras na América Latina e na Europa, a UPF lhe causou uma boa impressão pela cordialidade dos docentes, pela qualidade dos seus trabalhos de pesquisa e pela notável dedicação à formação de recursos humanos.

Schinella acredita que uma forma de impulsionar ainda mais o nome da UPF para o mundo é propor a relação com setores acadêmicos e industriais de países fronteira com a finalidade de planejar e desenvolver projetos conjuntos de pesquisa que satisfaçam às necessidades comuns da região. “Convidar docentes de nível acadêmico reconhecido em áreas de estudo prioritárias da UPF para participar na articulação de cursos de graduação e de pós-graduação também é uma maneira de ampliar a internacionalização e de qualificar ainda mais os cursos”, concluiu.

UPF: oportunizando o acesso ao ensino superior por meio de financiamentos e bolsas

Ao possibilitar o acesso ao ensino superior, a UPF promove a realização do sonho de milhares de pessoas

Mais do que ofertar uma formação de qualidade, a Universidade de Passo Fundo (UPF) sempre esteve preocupada em proporcionar o acesso ao ensino superior a todos que tivessem interesse em cursar uma graduação. Foi trabalhando com a oferta de bolsas e a promoção de financiamentos estudantis que a Instituição possibilitou o acesso ao ensino a milhares de pessoas.

Além de aderir a programas de financiamento do governo federal, a UPF criou o Plano de Apoio Estudantil (PAE/UPF), oportunizando que os acadêmicos paguem somente 50% do valor da mensalidade enquanto estiverem cursando a graduação, com a porcentagem restante a ser paga somente após a conclusão do curso e com um ano de carência para o início do pagamento. “A UPF sempre foi pioneira em programas de crédito, ela começou em 1995, com o PEC, um programa que ofertava um crédito próprio da Universidade. Até 2010, manteve uma média de 800 a mil alunos, só que, a partir desse ano, com o crescimento do Fies, a UPF rapidamente chegou a 5,8 mil alunos em 2010. Contudo, em 2015, quando assumimos a gestão da atual Reitoria, iniciou uma queda no Fies e a UPF imediatamente reativou o PEC e criou o PAE”, explicou o vice-reitor Administrativo, Agenor Dias de Meira Junior.

Atualmente, mais de 2,4 mil alunos integram o PAE/UPF, mas, além disso, a Universidade também oferece benefício estudantil por meio do Programa Emergencial de Crédito (PEC) e bolsas da Fundação Universidade de Passo Fundo (FUPF), que são regidas por edital próprio, oferecendo a gratuidade de 50% do valor da mensalidade para alguns cursos.

Ofertando oportunidades e promovendo sonhos

De acordo com o vice-reitor, ao possibilitar o acesso ao ensino superior, a UPF promove a realização do sonho de milhares de pessoas, que veem suas vidas transformadas pela educação. A UPF também integra programas do governo federal que oferecem bolsas integrais e de 50% por meio do Prouni. Além disso, os acadêmicos de alguns cursos também têm a opção de se candidatar à Bolsa Auxílio, a qual prevê gratuidade de 25%.

Outra possibilidade de acesso ao ensino superior é voltada a pessoas com idade mínima de 40 anos e que tenham o ensino médio concluído. Por meio do Programa Recomeçar, a Instituição oferece o desconto de 50% nas mensalidades, desde que o aluno não acumule outro benefício financeiro, conforme normativa institucional.

Os acadêmicos da Universidade também podem ser beneficiados pelo Programa de Apoio Institucional a Discentes de Extensão e Assuntos Comunitários (Paidex) e pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), entre outros. “O PAE começou no segundo semestre de 2015, quando também reativamos o PEC, e a tendência da Universidade é chegar ao patamar de 5,8 mil alunos contemplados com seus programas próprios de crédito em substituição ao Fies. A UPF sempre esteve atenta a todas as possibilidade de bolsa e sempre trabalhou para que seus alunos tenham algum recurso, seja do governo federal ou da Instituição, para realizar os seus estudos”, observou o vice-reitor.

De pai para filhos

Família Dal Vesco tem uma relação muito próxima com a UPF, que oportunizou formação aos pais e também aos filhos, todos na área da saúde

Há meio século, a Universidade de Passo Fundo tem sido protagonista no desenvolvimento regional, promovendo a formação técnico-científica de recursos humanos nas mais diferentes áreas do conhecimento, habilitando-os a serem agentes transformadores da sociedade. Uma das áreas notadamente reconhecidas em Passo Fundo é a da saúde, setor que teve amplo desenvolvimento com a criação da Faculdade de Medicina da UPF, em 1970, o que possibilitou ao município se consolidar como um polo de referência na área da saúde para a região norte do Rio Grande do Sul e também para os demais estados da região Sul brasileira.

É na Faculdade de Medicina da UPF que a história da família Dal Vesco converge: pai e filhos seguiram a mesma profissão e escolheram a mesma universidade para sua formação. Desde a infância, Juarez Antonio Dal Vesco tinha o sonho de ser médico e foi no ano de 1979 que seu futuro profissional começou a ser desenhado. “Na época, a dificuldade de ingresso era grande e a UPF estava próxima”, conta ele, explicando que foi o primeiro da família a frequentar um curso de graduação na UPF e também o primeiro a fazer Medicina, curso que concluiu em 1984.

Para Juarez, a UPF foi fundamental na sua formação tanto técnica quanto humanistíca, proporcionando a realização de uma pós-graduação a nível de mestrado e a inserção na docência acadêmica. “A UPF foi decisiva na minha inserção no mercado de trabalho local, permitiu que eu desenvolvesse minhas atividades assistenciais e docentes de forma plena”, afirma o médico, que se tornou docente da Instituição em 1º de março de 1988.

A forte relação com a UPF também motivou a esposa de Juarez, Alida Isabel Argenta Dal Vesco, a realizar o curso superior em Psicologia, em 1992. Alida já era formada em Terapia Ocupacional e atuava na área da saúde mental. “Senti necessidade de fazer o curso de Psicologia e escolhi a UPF pela facilidade de acesso local e pela qualidade do curso”, afirma ela, que concluiu o curso em 1996.

Inspiração que veio de casa

A decisão profissional dos jovens Carolina Argenta Dal Vesco e Marcos Dal Vesco Neto, filhos de Juarez e Alida, não foi nada difícil. A influência da profissão do pai já havia motivado os dois a seguirem a área médica e, em 2012, os irmãos iniciaram a sua trajetória acadêmica na Faculdade de Medicina da UPF, instituição que oportunizou a formação dos pais. “Penso que a intensidade com que desenvolvi minhas atividades fez com que meus filhos criassem alguma forma de identificação profissional, o que me deixou, evidentemente, muito feliz”, relata Juarez.

Para Carolina, a escolha do curso se deu pela dedicação que o pai sempre mostrou pela sua profissão, ou seja, a inspiração veio de casa. “O exemplo familiar de amor pela profissão que o meu pai sempre transmitiu em casa me levou a escolher a Medicina. Já a escolha pela UPF se deu pela qualidade e pelo reconhecimento do curso, pelo vínculo familiar e por estar situada na cidade onde moro”, destaca ela. Para Marcos, a vocação falou mais alto. “Penso que a Medicina me escolheu. Desde criança, sempre pensei em ser médico”, diz ele, que optou pela UPF pelos mesmos motivos que a irmã e também encontrou no pai a inspiração. “Desde pequeno, acompanhava meu pai no hospital e ele sempre mostrou muita alegria e amor pela profissão”, frisa o jovem médico.

De pai a mestre

Mais do que inspiração para os filhos, Juarez foi além e, como docente da Instituição, também pôde participar ativamente da formação acadêmica de Carolina e Marcos. “Foi uma experiência única, embora tenha sido uma continuidade da convivência diária familiar. Ele sempre me inspirou e é muito bom ter com quem se aconselhar tanto profissional quanto pessoalmente”, diz Carolina sobre o contato direto com o pai como docente na Instituição. “Tê-lo como professor foi muito significativo, pois ele sempre me inspirou na profissão. Seguir seus passos na mesma universidade onde foi graduado, tendo ele como mestre, com certeza fez a diferença”, reitera Marcos.

O sentimento em ter os filhos formados pela UPF é gratificante para Juarez. “Nossa escola de Medicina está madura e já tem um perfil de egresso bem definido e reconhecido. Meus filhos estarem dentro disso é motivo de certeza de que serão bons profissionais”, pontua o pai, que, além de professor, desempenhou um papel importante na turma em que os filhos eram colegas: foi escolhido para ser patrono e paraninfo. “Houve uma identificação coletiva do professor com a turma que ocorreu de forma natural, progressiva e contínua. Foi um convívio acadêmico e familiar harmonioso e, para mim, a maior distinção na minha carreira docente foi ter sido patrono e paraninfo da turma dos meus filhos”, relata.

A alegria foi compartilhada pelos filhos. “Foi um momento muito feliz no curso. Sempre tivemos um bom convívio da turma com o meu pai, mas nunca imaginávamos tanta distinção. Foi com certeza um dos momentos mais marcantes da nossa vida acadêmica”, enaltece Marcos. “É um sentimento indescritível: ter ele como professor nesses seis anos e me graduar sendo meu pai o patrono e paraninfo de minha turma foi um momento único em nossas vidas, ainda mais com o meu irmão graduando-se na mesma turma”, destaca Carolina.

Excelência profissional

Atualmente, Juarez é docente da UPF, ministrando disciplinas como Anatomia médica, Educação e ética médica, Responsabilidade civil do médico, Sistema digestório e cirurgia geral no internato médico. Além disso, em Passo Fundo, é médico em uma clínica privada e  atua como médico assistente e gestor na direção técnica do Hospital da Cidade.

Alida também atua em Passo Fundo, em uma clínica privada com atenção especializada em pacientes com obesidade mórbida. Para ela, a UPF contribuiu significativamente em sua formação, tanto na graduação quanto na pós-graduação em nível de mestrado. Ela ainda teve uma experiência docente transitória na Instituição e busca manter-se atualizada por meio dos eventos de educação continuada.

Os filhos, recém-formados, já têm suas áreas de interesse: enquanto Carolina pretende fazer especialização em dermatologia e atuar em Passo Fundo, Marcos pretende realizar especialização em cirurgia digestiva e atuar juntamente com a equipe do seu pai. Para eles, há uma relação muito próxima com a UPF. “Já nasci com a UPF no convívio familiar. A Instituição proporcionou a formação acadêmica de toda a nossa família”, aponta Carolina, que é respaldada pelo irmão. “A UPF é a Instituição onde realizei a minha formação profissional e onde fiz vínculos profissionais e de amizade que irei levar para toda a vida”, afirma Marcos.

“Dos 50 anos da UPF, como aluno e professor, pude estar presente nos últimos 40 anos. Tenho clareza da importância no desenvolvimento regional que a Universidade teve e tem, sob todos os aspectos: cultural, social, econômico, político. Passo Fundo não seria o que é sem a presença da UPF na comunidade, o seu caráter comunitário e filantrópico a torna o maior patrimônio coletivo da cidade. Pessoalmente, ela representa a oportunidade de poder desempenhar minhas atividades docentes que muito me realizam”, Juarez Dal Vesco.

Mais de quarenta anos dedicados à UPF

Décadas de histórias são relembradas por um professor e um dos funcionários com mais tempo de atuação na UPF

“A UPF só me dá felicidade”

Luis Siqueira, 59 anos, trabalha há mais de 40 na Instituição. Ele é um dos funcionários com mais tempo de atividade na UPF

Em agosto de 1975, aos 17 anos, Luis Siqueira, iniciou a sua trajetória como funcionário da Universidade de Passo Fundo (UPF). Hoje, aos 59 anos, Siqueira, que é encarregado de setor na Secretaria Geral dos Cursos, responsável pelo controle de documentação dos alunos, relembra com orgulho a sua trajetória de quase 43 anos na Instituição.

Siqueira começou a trabalhar na UPF no setor de marcenaria na década de 1970. “Eu era um menino, tinha 17 anos. Meu tio trabalhava na marcenaria. Ele construía até as cadeiras dos alunos. Um dia, pediu para eu auxiliar ele em uma construção no Campus. O chefe dele pediu se eu não queria trabalhar aqui. Fizeram uma proposta e eu aceitei. Em seguida, passei para o setor de cópias e depois fui convidado para trabalhar na Secretaria Geral dos Cursos. Aos 18 anos, fui servir no exército e, quando retornei, voltei ao meu emprego e estou no setor até hoje”, revela o funcionário, que é o segundo com maior tempo de atividade na UPF.

O funcionário lembra que na época que começou a trabalhar havia poucos prédios no Campus I e que não tinha muitas árvores. “Essas árvores que o pessoal vê hoje, foram todas plantadas. Elas foram crescendo e deixaram o Campus bonito desse jeito, como conhecemos hoje. Mas, na época, isso tudo era um campo”, comenta Siqueira.

Foi na UPF que Siqueira conheceu a esposa, com quem tem dois filhos, um menino de 8 anos, e uma menina de 15. E a família também construiu laços com a UPF. “Conheci minha esposa no curso de Administração. Ela concluiu o curso e eu mudei de área, me formei em História. Hoje, a minha filha estuda no Integrado UPF. Se tenho um lugar ao sol, é porque estou aqui. É um orgulho trabalhar na UPF”, destaca o funcionário.

Em dezembro, ele completa 60 anos de vida, mais de 40 dedicados à UPF. “Eu passo grande parte do dia na UPF. Trabalho manhã e tarde. Minha vida também é a UPF. Meus amigos brincam que sou um ‘museu’ aqui e eu respondo que se a Instituição segura um funcionário por tanto tempo, é porque estou contribuindo de alguma forma. Sempre tentei dar meu melhor. Eu me sinto alegre e feliz aqui. Somos uma engrenagem. Temos que nos ajudar. Cada um tem que fazer a sua parte. Sempre procuro me dar bem com todo mundo e deu certo pra mim”, declara Siqueira.

O funcionário também fala com orgulho da qualidade do ensino da UPF. “O ensino é o carro-chefe da Instituição. Desejo que ele seja cada vez melhor e que a Universidade cresça ainda mais. Meus filhos poderão vir para cá e espero só o melhor. O que mais posso falar dessa Instituição que só me dá felicidade?”, assegura o funcionário.

Professor revela detalhes e fala sobre a evolução da UPF nestas últimas décadas

O Dr. Hugo Roberto Kurtz Lisboa é o professor em atividade com mais tempo de atuação na UPF

O médico Dr. Hugo Roberto Kurtz Lisboa, docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo (FM/UPF), é o professor em atividade com maior tempo de atuação na Instituição. Dos seus 69 anos de vida, já dedicou 43 anos para a Universidade. Acompanhou os primeiros passos da UPF, em especial da FM, e a evolução da Instituição e continua com a mesma dedicação do início e sempre com ideias inovadoras em sala de aula.

Em 1975, logo após concluir a residência em Clínica Médica pelo Hospital dos Servidores do Estado, no Rio de Janeiro, foi convidado a integrar o quadro de professores da Faculdade de Medicina. “Fui convidado pelo diretor, na época, Dr. Carlos Madalosso, e comecei a dar aula de Semiologia (modo de se examinar um doente). Fui muito bem recebido. As aulas práticas eram no Hospital São Vicente, no espaço onde atualmente fica o Posto 1”, relembrou o professor.

Os primórdios

Os recursos na época eram poucos. “Passo Fundo era uma cidade bucólica, de interior, pequena. Poucas ruas eram asfaltadas, muitas eram de paralelepípedos. Não tinha shopping e havia poucos mercados. Os recursos eram poucos. Tinha apenas raio x, não existia ultrassom, os exames de laboratórios eram básicos. Mais adiante, fiz endocrinologia (especialidade médica que se dedica ao estudo das glândulas de um modo geral). Era tudo muito básico, muito clínico: ouvir, discutir, examinar. Não tínhamos muitos recursos de imagens. Depois, foi surgindo a evolução dos exames de diagnóstico”, comentou Lisboa.

A FM funciona no Campus II, no centro. “No início, não eram professores de carreira, eram médicos que dedicavam um tempo para o ensino médico. Quando terminei endocrinologia, em 1978, eu era o único na cidade com essa especialização. Mais tarde, por determinação do MEC, passou a ser necessário contar com professores com stricto sensu, em nível de mestrado e doutorado. E, nessa época, eu fiz meu mestrado e doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Após, trouxemos mestrados interinstitucionais entre UFRGS e UPF, e vários médicos se formaram nessa experiência”, salienta o professor.

O professor da UPF também pontua o pioneirismo e a ousadia da classe médica de Passo Fundo, que sempre buscou por inovações, tornando o município um polo em saúde. “Os médicos sempre foram muito ousados, procurando e trazendo tecnologia para Passo Fundo – como ressonância magnética de alta precisão, cateterismo, PET Scan que permite imagens refinadas, laparoscopia – e a cidade começou a aparelhar-se. Os sujeitos eram ousados, não tinham limites. Com isso, a demanda também aumentou e pacientes da região começaram a vir para Passo Fundo”, observa o médico.

O papel de uma universidade

Na opinião de Lisboa, a universidade é um espaço de discussão e de disseminação do conhecimento. “Uma universidade é a cabeça pensante do lugar. É onde se pensa, se debate, se questiona e se briga se for preciso. É onde adquirimos conhecimento novo e esse conhecimento servirá para melhorar o meio onde a instituição está inserida para que se tenha melhores métodos de prevenção de doenças, tratamentos mais rápidos, diagnósticos mais efetivos e baratos, sempre pautados em uma preocupação geral com a saúde comunitária”, pontua o médico.

A dedicação de um professor

A relação próxima com os acadêmicos e o desejo de inovar em sala de aula também são algumas das características do professor. “Tenho uma relação próxima com meus alunos e inventamos muita moda juntos. Inventamos uma disciplina toda em inglês, na qual discutimos artigos recentes dos últimos 15 dias, publicados nas melhores revistas médicas do mundo. A outra moda é adote um paciente. Além de examinar o paciente no ambulatório e pedir para fazer os exames, tem que pegar o telefone e verificar se o paciente fez. O aluno também faz os encaminhamentos para o paciente. Eles adoram”, revela Lisboa.

A dedicação e o prazer em ser professor são características marcantes na trajetória de Lisboa. “Vou dar aula com a mesma preocupação de sempre. Preparo todas as minhas aulas e a maioria falo em voz alta em casa antes de passar para os alunos. Sou uma pessoa ligada ao academicismo. É minha casa. Me sinto à vontade. Ainda não me dei conta desses anos todos. Não me vejo fazendo outra coisa. Gosto que me questionem e que me corrijam também. A função do médico é descobrir nos pacientes o segredo daquela visita e, a partir disso, analisar e ver qual é o problema que está incomodando ele, para tentar tornar a vida dele melhor ”, revela o professor.

Uma história de sucesso no esporte

Ricardo Machado, ciclista da UPF há mais de uma década, comenta a importância da parceria com a Instituição e o incentivo prestado aos atletas locais e regionais

Ao longo de seus 50 anos, a Universidade de Passo Fundo (UPF) foi dando cada vez mais atenção ao esporte e à prática esportiva. A Universidade apoia atletas e equipes de diversas modalidades, os quais são vencedores em competições nacionais e internacionais de ciclismo, voleibol, caratê, triathlon, atletismo, judô, basquetebol e futebol. Um desses esportistas é o ciclista Ricardo Machado, que registra uma extensa trajetória com a maior Instituição do norte do Rio Grande do Sul.

A sua história com a UPF teve início em julho de 1998, quando ingressou no curso de Educação Física no Campus Lagoa Vermelha. Na época, já atuando como atleta, Machado enfrentava dificuldades financeiras e não possuía conhecimentos científicos suficientes para evoluir nos treinamentos. A mudança desse cenário aconteceu com a ajuda da Universidade. “Comecei a estudar muito sobre treinamento esportivo, anatomia e fisiologia, além de outras disciplinas que foram fundamentais na minha formação. Também fazia muitas perguntas para os professores, para compreender melhor como poderia evoluir”, lembra o ciclista.

Após um ano na Instituição, Ricardo passou a ser um atleta apoiado pela UPF, parceria de sucesso que perdura até a atualidade. Algum tempo depois, a sua filha, Luana Machado, começou a competir e a receber o apoio da Universidade. Segundo ele, a UPF foi fundamental para o seu crescimento pessoal e profissional. “Sempre tive muita força de vontade e determinação, porém, faltava conhecimento para pô-las em prática. Com o conhecimento que adquiri, me tornei uma pessoa mais centrada e observadora. Aprendi a usar as energias de maneira correta. Como ser humano, evoluí muito, pois, a partir dos conteúdos ensinados durante as aulas de Psicologia e Sociologia, comecei a entender melhor as pessoas, as suas dificuldades e frustrações, e, o principal, aprendi como ajudá-las a superar as dificuldades e alcançar seus objetivos, ultrapassando uma etapa de cada vez, cada dia subindo um degrau, para, no final, chegar à sua meta”, comenta Machado.

Diversos são os títulos e os momentos que o ciclista conquistou e vivenciou nesses mais de 10 anos de história com a UPF. Ele destaca os campeonatos mundiais no Canadá (2000 e 2001), na França (2007), na Suíça (2011), no Brasil (2010, 2011 e 2012), na África do Sul (2013) e na Noruega (2014). Além desses, em sua lembrança estão guardados os campeonatos Pan-Americanos disputados no México (2012), onde obteve a medalha de ouro, e em Barbacena, no Brasil (2014), quando novamente tornou-se campeão, e os campeonatos brasileiros de 2012, 2013, 2014 e 2016, nos quais foi campeão nacional. “Também guardo na memória o ano de 2016, quando fui um dos condutores da chama olímpica em Chapecó (SC)”, recorda Machado.

Apoio de grande valia

Considerada uma universidade comunitária, a UPF sempre esteve engajada na promoção do esporte. Ricardo acredita que incentivo na área é de extrema importância. “Temos muitos atletas da região que têm um grande potencial e estão evoluindo com esse apoio institucional, que oferece conhecimentos técnicos e científicos capazes de contribuir para a melhora de suas performances. Os resultados estão sendo muito positivos, com vários títulos em diferentes modalidades”, avalia.

O atleta parabeniza a Universidade pelo cinquentenário e faz votos para o futuro. “Meu desejo para os próximos 50 anos da UPF, especialmente na área esportiva, é o de que, por meio desse apoio, seus atletas consigam alcançar seus mais altos objetivos e que sejam referência de dignidade e honestidade para toda a sociedade. Espero que através de suas ações, dentro e fora das pistas, as pessoas possam, cada vez mais, se orgulhar da UPF”, declara Machado.

O ciclista ainda menciona a sua realização em ser um atleta da UPF. “Me sinto muito feliz e realizado por todas as conquistas obtidas junto com a Instituição, desde a gestão do reitor Ilmo Santos até hoje. Todas as pessoas que fizeram e fazem parte da UPF nos tratam com muito respeito, estima e admiração, apoiando a mim e à Luana tanto nas grandes vitórias quanto nos momentos mais difíceis de nossa carreira. Todos foram muito humanos conosco, entendendo nossa situação e nos dando todo o apoio para conseguirmos seguir em frente. Sabendo que temos esse grande apoio institucional, nos sentimos fortes e amparados, como uma criança que se sente segura no colo de sua mãe”, finaliza.

Produção
Airton Junior
Alessandra Pasinato
Camila Guedes
Caroline Simor
Filippe de Oliveira Martins
Gelsoli Casagrande
Jessica França Breitkreitz
Laisa Fantinel
Leonardo Andreoli
Natália Favero

Supervisão
Silvia Brugnera

Revisão
Cinara Sabadin Dagneze

UPF 50 anos: uma universidade, várias histórias
  1. UPF: há 50 anos impulsionando o desenvolvimento regional
  2. Cinco décadas de transformação: fotos retratam as mudanças da UPF
  3. A força do tripé: ensino, pesquisa e extensão
  4. Expansão educacional contribuindo com o desenvolvimento regional
  5. Conhecimento sem fronteiras
  6. UPF: oportunizando o acesso ao ensino superior por meio de financiamentos e bolsas
  7. De pai para filhos
  8. Mais de quarenta anos dedicados à UPF
  9. Uma história de sucesso no esporte
  10. Expediente